domingo, 6 de setembro de 2009

Mensagem postada no fala servidor do site do Sindjustiça RJ em 06/09/2009

Caros serventuários,


Concordo com o Orlando sobre a importância deste espaço. A todo momento observamos as mais variadas avaliações e sugestões através das mensagens encaminhadas por colegas de todas as comarca, pessoas que estão sentido na pele cotidianamente o que é ser serventuário da justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Vejo que na avaliação encontramos certa convergência de pensamentos, eis que a situação é muito ruim não só para os serventuários como para todo funcionalismo público. Há o desmonte dos serviços público, sendo certo que os mesmos que utilizam a máquina pública de forma irresponsável são os mesmos que defendem a privatização dos serviços, parasitam entes públicos de forma tão descarada e depois apresentam a salvação: “o estado não dá conta de tantas atribuições”. São ao mesmo tempo carrasco e pseudo-salvadores numa prática que coloca os interesses privados acima do interesse público e submete uma parcela considerável da população a uma viagem planctônica pelos mares da miséria e da desigualdade.

Atrevo-me então a apresentar duas sugestões para os vencedores da eleição para direção sindical, sendo certo que há outras, mas não quero tornar esta mensagem extensa, a saber:

  1. acho que a nova direção deverá direcionar sua forma de atuação para as relações com o poder e com a categoria, pois está claro que a atuação junto à Administração do TJ/RJ por mais vitoriosa que seja(o que não é o caso, pois os serventuários conquistaram vitórias importantes, entretanto muito aquém do que minimamente desejamos) não está nem estará desobrigada de dar satisfação dos seus atos, sobretudo na administração do sindicato, à categoria. A transparência e a democratização na gestão não devem ser mais apenas palavras importantes, constantes nos diversos panfletos que invadem os cartórios no período eleitoral, mas prioridades que devem ser perseguidas do início ao fim da gestão. Resumindo, as negociações com a Administração do TJ/RJ, independentemente dos resultado das mesmas, não eximem a direção da transparência ética na gestão do sindicato. Alguns dirão: É ÓBVIO! Entretanto, não é essa experiência que vivenciamos no movimento sindical de forma geral;

  2. entre os vários problemas que há para que a participação da categoria seja mais efetiva, vejo uma falta de confiança na luta sindical para resolução dos nossos problemas. A adoção da transparência e da democratização poderá sinalizar que há a ruptura com um modelo vicioso e disseminado no movimento sindical de forma intensa. Lamentavelmente, vejo, no nosso movimento( e em vários outros) uma tentativa de rotular negativamente os serventuários que não participam dos atos, pondo direção e vanguarda no cômodo papel de vítimas de uma categoria “sem consciência política”. Reduzir a não participação à falta de consciência é não verificar os problemas que envolvem toda categoria e acreditar soberbamente que possuímos um discurso “tão bom” e “tão avançado”que só uma categoria muito “covarde e medrosa” para não participar dos atos e assembléias. Mudar este discurso não é caso de humildade, mas sim de inteligência. A categoria que temos é esta e a ruptura com a inércia deverá ser fruto de trabalho e organização árduos e cotidianos e não de discursos ferozes que não atraem ninguém pelo contrário criam abismos imensos. Reconhecer que nossa categoria é plural e heterogênea é o primeiro passo para um trabalho de base que tenha como referência esse cenário e não aquele que gostaríamos que existisse.

    Um grande abraço a todos

    Wagner Cordeiro.