terça-feira, 18 de janeiro de 2011

VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!

Companheiros e companheiras,


A palavra que me vem a mente neste momento é vergonha, mas não uma vergonha íntima, mas uma vergonha externa. A vergonha de ter feito concurso para um Poder que teoricamente deveria zelar pela legalidade, pela moralidade e sobretudo pela JUSTIÇA.O parcelamento que se apresenta é o mesmo explicitado em reunião com Albertassi quando tínhamos mais ou menos 30 dias de greve e desautorizada pelo Presidente do TJ/RJ. Naquele momento precisávamos crescer enquanto movimento, entre outras coisas porque era uma primeira proposta e precisávamos avançar e melhorar tal proposta. O que estamos vendo é que a primeira se tornou a única e vergonhosa realidade. A categoria está pagando o preço de acreditar em promessas, de não lutar pela construção de uma realidade mais digna, de ficar choramigando as mágoas individualmente e não construir coletivamente uma resistência aos ataques que estamos sofrendo, de se esconder atrás do juridiquês e construir teorias, teses, pareceres sobre a inexistência do direito dos que não eram autores.


Trata-se de ato unilateral que reconhece o direito e submete nossa categoria a um parcelamento absurdo. A minha proposta explicitada para alguns companheiras de efetuar uma consulta plebiscitária ampla e de comarca em comarca, a fim de verificar se a categoria aceitaria tal parcelamento, em tese, está prejudicada pela imposição do mesmo, não sendo difícil prever que a desembargadora vai reconhecer o nosso direito no processo que está parado, o acórdão da Câmara altera a sentença e reconhece que o mesmo foi efetivado administrativamente por esse parcelamento vergonhoso. E os atrasados? E os atrasados?VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!
Mais além das violências que sofremos durante a greve, tais como: corte de salários, remoções e a remoção do Alex que foi removido para uma região que está sofrendo a maior tragédia natural da história do Brasil, suspensão da Vitória entre outras, temos ainda a ABSURDA, VIOLENTA E VERGONHOSA EXCLUSÃO DOS APOSENTADOS DESTE PARCELAMENTO. PESSOAS QUE CONSTRUIRAM O JUDICIÁRIO FLUMINENSE, QUE CARREGAM NAS SUAS VIDAS PESSOAIS AS MARCAS PATOLÓGICAS DE TEREM TRABALHADO NUM PODER ASSEDIADOR, OPRESSOR E PRINCIPALMENTE INJUSTO ESTÃO FORA. VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!

QUAL O LIMITE DESSES ABSURDOS? ATÉ QUANDO AS PESSOAS IRÃO SE SUBMETER A SITUAÇÕES COMO ESTAS? O QUE FALTA ACONTECER PARA QUE OS(AS) COMPANHEIRAS SE MOBILIZEM E CONSTRUAM COLETIVAMENTE UMA RESISTÊNCIA A ESSE PROCESSO VIOLENTO?LEMBREM-SE: A INÉRCIA É DA JURISDIÇÃO. NÃO DOS SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA.VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS!


Wagner Cordeiro

Publicada em 17/01/2011 no fala servidor do sítio do SINDJUSTIÇA.

domingo, 9 de janeiro de 2011

EXTINÇÃO DO DIREITO DE GREVE

Companheiros e companheiras,

A nossa situação atual é bastante complicada e serve de reflexão para futuras ações. Serve também para ultrapassarmos a fronteira doméstica e umbilical para vermos que somos exemplos de uma política de ataque aos direitos dos trabalhadores, que, de forma ímpar, ataca sua mais poderosa arma: o exercício do direito de greve.Várias outras categorias têm sofrido com as agressões contra o direito de greve, seja pelos patrões, seja pelos Tribunais que chancelam tais ataques e os incentivam, principalmente quando anuem os descontos dos dias parados. A greve talvez seja o único direito constitucional que submeta as pessoas que o exercem o sacrifício de seu sustento e o de sua família.

O recente episódio em que o TST, numa rapidez extraordinária, determina aos aeroviários o percentual de paralisação de 20% dos trabalhadores e impõe uma multa estratosférica é emblemático nesse sentido e serve de exemplo importante para entendermos que o nosso caso não é algo isolado e sim parte de uma política que submete todos os trabalhadores a uma constrição em relação ao exercício do direito de greve. A referida liminar foi posteriormente cassada, conforme se vê no http://www.sna.org.br/noticia.php?id_not=180, entretanto o ataque já tinha sido desferido e inviabilizado o movimento paredista. Celeridade e competência difíceis de observamos no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores.
Obviamente, o Presidente Zveiter é o porta-voz truculento de uma política que avança sobre a classe trabalhadora de forma incisiva e tal política não acaba com sua saída, logo, é necessária a organização dos trabalhadores para que possamos nos levantar contra os ataques institucionais ao direito de greve, a fim de mostrarmos aos cidadãos que esse direito constitucional de greve tem sido obstaculizado com a participação ativa dos Tribunais, gerando a inviabilidade do seu exercício e, no nosso caso, um passivo enorme representado pelas punições históricas dos companheiros Elio Elias, Vitória(com a publicação na segunda-feira, dia 10/01/2010, fl. 38 de sua absurda suspensão de 05 dias), entre outros e no que diz respeito ao nosso movimento atual a remoção do companheiro Alex Brasil e o corte dos nossos salários.
Assim sendo, além de todas medidas que podemos tomar denunciando nossa situação, é necessária e urgente a organização de um seminário, simpósio ou similar estadual (posteriormente nacional), denunciando a EXTINÇÃO DO DIREITO DE GREVE e convocando todos os trabalhadores(iniciativa privada e serviço público), Centrais Sindicais para uma resistência conjunta ao ataque que estamos sofrendo antes, durante e depois do exercício de tal direito.A greve acabou. A luta não!

Um grande abraço a todos.

Wagner Cordeiro - Delegado Sindical de Nova Iguaçu

Mensagem postada no fala servidor do site do Sindjustiça RJ em 09/01/2011