quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mensagem postada no Fala Servidor do Sinjustiça/RJ em 05/11/2009

Colegas serventuários(as),


Início a minha reflexão lamentando o falecimento prematuro do companheiro LAWRENCE, certamente sentiremos falta do seu espírito combativo nas futuras atividades.

Não tecerei comentários sobre a nossa situação, eis que vejo avaliações muito boas no que tange nossas mazelas, o problema está na adoção de estratégias para modificação deste quadro.

É necessário que busquemos dar respostas às várias situações que nos envolvem e que a luta pela transparência na gestão sindical não SUBSTITUI a luta com a administração do TJ/RJ, tampouco as falhas na gestão do sindicato podem servir de desculpa para não participarmos das manifestações. NÃO PODEMOS ESPERAR DOIS ANOS PARA IRMOS À LUTA. NÃO PODEMOS FICAR PARADOS ESPERANDO A ELEIÇÃO DA “DIREÇÃO IDEAL”. É exatamente quando a situação não é boa que a nossa militância se torna necessária e urgente. É no momento que não temos confiança na política a ser implementada que devemos fomentar a participação da base nas deliberações. É no instante que percebemos que as decisões tomadas podem estar em descompasso com os anseios da categoria é que a mesma deve assumir a direção do movimento. Direção e diretoria são coisas distintas e independentes e reconhecer tal situação é o primeiro passo para avançarmos na organização da base e não ficarmos inertes na esperança que na próxima eleição tudo mude.

Desta forma, precisamos consolidar uma unidade da categoria, refletindo sobre o que fazer, tendo em vista o cenário que se apresenta. A unidade da categoria é fundamental para que possamos construir estratégias de atuação, a fim de frear o crescente processo de desvalorização dos serventuários da justiça estadual, apesar de levarmos nas costas o judiciário fluminense cotidianamente. Meta 2? O TJ/RJ já julgou quase o triplo de processos (526.021 processos) que toda a Justiça Federal Comum (180.136 processos), segundo dados do CNJ de 05/11/2009. O triplo de trabalho, menos da metade do salário para nossa categoria, que cá entre nós é quem está garantido que os números acima se materializem.

É claro, todavia, que a unidade da categoria não deve ser entendida como a homogeneização de idéias. A unidade deve ser entendida como espécie de confraternização das divergências, eis que precisamos entender que a maior discordância que temos é com o poder.

Também deve ficar claro, que a unidade na luta não significa complacência com a falta de transparência e burocratização na gestão sindical, tampouco com a ausência de trabalho de base organizativo. A unidade na luta não significa aquiescência com a ausência de transparência financeira nem poderá respaldar o descumprimento de prazos estatutários. A unidade na luta não servirá de desculpa para o descumprimento das deliberações das várias instâncias do sindicato.

Assim devemos:

1) construir a unidade na base e da base para os enfretamentos que teremos pela frente, a fim de conquistarmos uma situação funcional mais digna e proporcional as nossas responsabilidades. Nesse caso, é fundamental fomentarmos a participação da categoria nas várias manifestações e nas diversas instâncias do sindicato, sobretudo com a utilização das licenças sindicais para esse fim;

2) fiscalizarmos a gestão sindical para a construção de um sindicato mais transparente, democrático e pela base, fazendo os debates necessários e tomando as medidas estatutárias para que transparência, democracia e trabalho de base não sejam palavras soltas e meras promessas de campanha, mas que se materializem cotidianamente no sindicato.

Entendo que os itens supracitados são ações paralelas e não se substituem, complementam-se, estão intricadas e são indissociáveis. Logo creio que NÃO DEVEMOS:

a) TROCAR UMA LUTA PELA OUTRA, OU SEJA, SÓ FISCALIZARMOS A ATUAÇÃO DA DIRETORIA SEM CRIARMOS UM SENTIMENTO DE UNIDADE NA CATEGORIA PARA ENFRENTAR A UNIDADE DOS PODERES, ABANDONANDO A ORGANIZAÇÃO NOS LOCAIS DE TRABALHO E, SOBRETUDO, A PARTICIPAÇÃO NAS DIVERSAS INSTÂNCIAS SINDICAIS;

b)ABANDONAR A PARTICIPAÇÃO NAS MANIFESTAÇÕES E AGUARDAMOS INERTES A ELEIÇÃO DA DIRETORIA “IDEAL” NOS PRÓXIMOS ANOS;

c) ABRIR MÃO DE COBRAR QUE AS LICENÇAS SINDICAIS ESTEJAM DIRIGIDAS A ATUAÇÃO NA BASE, VIVENCIANDO AS DIFICULDADES DA NOSSA CATEGORIA;

d) ACREDITAR QUE AS CONQUISTAS VIRÃO SEM LUTA E SEM ORGANIZAÇÃO COMO BOATARIA QUE ANDA PELOS CORREDORES E QUE TEM COMO INTUITO DESMOBILIZAR OU AINDA IMPEDIR A MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES;

e) FICAR LIMITADOS AO COMBATE VIRTUAL NO FALA SERVIDOR, EIS QUE ESTE IMPORTANTE INSTRUMENTO SÓ FAZ SENTIDO SE A NOSSA ATUAÇÃO COMBATIVA E INDIGNADA EXTRAPOLAR O ESPAÇO VIRTUAL E GANHAR AS COMARCAS, OS CARTÓRIOS, AS ASSEMBLÉIAS, AS MANIFESTAÇÕES.

Finalmente, devemos construir um grande ato nas comarcas no dia 12 de novembro de 2009 com a UNIDADE DA CATEGORIA, CONFRATERNIZANDO NOSSAS DIVERGÊNCIAS E SOBRETUDO ASSEGURANDO A EXPLICITAÇÃO DA NOSSA INDIGNAÇÃO QUE ULTIMAMENTE ESTÁ TRANCAFIADA NOS CARTÓRIOS E NOS PROCESSOS DA META 2.

Um grande abraço a todos.

Wagner Cordeiro



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